Uma visita moldada pela história e pela natureza
Antes de seguir a Tomar, foi em Castro Marim que a Ordem de Cristo teve a sua primeira sede. Entre as margens do Guadiana e o Cerro do Cabeço, a vila algarvia foi já uma importante posição geoestratégica e a paisagem é disso prova.
Por aqui andaram fenícios, cartagineses, vândalos e mouros, mas só dos últimos perduram vestígios. Conquistada pelos portugueses em 1242, logo se mandou reforçar o castelo. Os ventos da história fizeram-se sentir em Castro Marim, que perdeu importância estratégica quando por fim os mouros deixaram a Península e só ressurgiu já no século XV com as campanhas portuguesas além mar.
Manda-se recuperar o castelo velho e erigir uma segunda linha de defesa. Castro Marim voltou a ter importância no apoio às campanhas ultramarinas e como linha de contenção dos ataques de corsários. Mais tarde, já durante as guerras da Restauração, o inimigo a temer era fundamentalmente Castela e por isso se constrói uma nova fortaleza e o revelim.
Porque é que se conta isso? Porque a história está à vista de todos em Castro Marim. Lá temos o Castelo Velho, a Fortaleza de São Sebastião e o Revelim de Santo António, sendo este último um fortim recentemente restaurado.
É importante a obra feita pelo homem, mas há muito mais para conhecer. A começar pela Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. Nesta zona húmida de 2.300 hectares nidificam, invernam ou por ela passam variadíssimas espécies de aves da Europa e de África. Mas o homem também está presente nesta reserva e 30 por cento do seu território é ocupado por salinas, das tradicionais em que o sal ainda é recolhido manualmente até às mais industrializadas, que são, elas também, um importante ponto de apoio para a fauna avícola.
Já não é pouco o que se vai contando, mas este território toca o mar, o que equivale a dizer – no Algarve – que também ele tem praias. E são nomes que estão no quadro de honra de locais balneares do Sotavento Algarvio: Cabeço, Altura e Praia Verde.