A lenda do Cavaleiro da Ilha do Corvo

Na Era dos Descobrimentos cruzavam o mar navios portugueses que haveriam de fazer história, a Nossa História.

Reza a lenda que um deles terá chegado à mais distante das ilhas dos Açores, aquela a que chamamos Corvo. Aí, atordoados, depararam-se, na ponta noroeste desta, com uma estátua equestre esculpida no basalto negro local: representava um homem (que alguns disseram ter características dos povos de África) a cavalo num alazão.

Enquanto a mão esquerda do cavaleiro segurava a crina do cavalo, o braço direito estendia-se para ocidente para onde o indicador apontava.

Supersticiosos, os marinheiros logo a referiram como um sinal de novas terras a descobrir nessa direcção.

Aos habitantes da zona perguntaram e lhes foi dito que na base dessa estátua estavam gravadas letras em pedra de difícil acesso. Baixaram-se então homens com cordas fortes que fizeram moldes em cera das mesmas.

Diz Damião de Góis na Crónica do Príncipe D. João que essas impressões eram tão imperfeitas que nada se pode saber sobre as mesmas e que o então Rei D. Manuel I enviou ao Corvo o escrivão e desenhista Duarte D’Armas. Este terá então feito um esboço que fez o Rei decidir-se a mandar à Ilha um homem do Porto com meios para trazer a estátua para a Corte.

Da estátua se diz que se quebrou, perdeu no mar ou chegando algumas partes a Lisboa, se perderam também. Também o desenho de Duarte D’Armas não mais foi encontrado.

Certa ou não a lenda, a verdade é que as naus portuguesas continuaram a navegação para Oeste, vindo depois a descobrir as Terras de Vera Cruz a que chamamos hoje Brasil.

Na ponta da Ilha do Corvo

Houve em tempos uma estátua

Para o Oeste apontava

Novas terras indicava…

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