Pela objetiva de… Domingos Madruga: Ilha do Corvo
Domingos Madruga não é um fotógrafo profissional nem tão pouco aquilo que chamamos um entusiasta da fotografia. Bate chapas apenas como auxiliar de memória, mas com um olhar curioso. Com este homem dos sete ofícios, o Portugal de Lés a Lés abre uma rubrica nova: pela objetiva de…
Conhecemos Domingos Madruga em Redondo e quando começou a postar no Facebook algumas dos momentos que passou recentemente na ilha do Corvo, resolvemos convidá-lo a mostrar as suas fotografias no Portugal de Lés a Lés. São instantâneos que sentiu que devia captar: “As fotos que eu tiro, é porque sinto que as devo tirar no momento e faço-o sobretudo para guardar memórias”.
Aos 48 anos, Domingos Madruga é um viajante experimentado, seja dentro ou fora de portas. Fala do deserto do Dubai que o fascina, conhece a Europa e está agora de partida para a Ásia, com o Paquistão como destino e já tem marcada uma segunda viagem à Roménia. Mas ao aterrar no aeródromo de Vila Nova do Corvo, a ilha açoriana ficou gravada no seu coração. Daí que não hesite em a apontar como um dos seus destinos de eleição.
Normalmente, Domingos viaja acompanhado e esta foi a primeira vez que o fez sozinho. “Vou repetir a experiência”, diz-nos. “É fantástico querer fazer alguma coisa e consegui-lo, sem termos que depender das vontades de outras pessoas. No dia em que subi à caldeira, devo ter feito uns 15 ou 16 quilómetros sozinho. É fantástico”.
Quando lhe pedimos para enumerar destinos que aconselharia, Domingos é taxativo: “O Corvo, definitivamente!”. “A ilha do Corvo tem uma mística muito grande, mas aquela população tem tudo e depois chega-se lá cima e é deslumbrante”.
Mas na hora das recomendações, não se esquece do seu Alentejo interior. “As viagens que me dão mais prazer são aqui no Alentejo. Há aqui recantos que são únicos: Jorumenha, Alandroal, Monsaraz, toda a zona da raia. O alentejo raiano tem muitos castelos e gosto muito de história. Um sítio muito bonito é o castelo de Valongo, mesmo ao lado de Montoito”, freguesia de Redondo.
Agora quer conhecer Trás-os-Montes e diz que o norte minhoto não o entusiasma “porque há sempre casas na paisagem e prefiro a sensação de imensidão do Alentejo”.
Bilhete de identidade
Conhecemos Domingos Madruga no seu restaurante Ti Chica, em Redondo. Apresentou-nos uma refeição onde só entraram os petiscos da terra. Mas Domingos não é apenas o anfitrião do restaurante do Largo D. Dinis, e já não seria pouco. É também advogado e ainda ator num grupo de teatro amador no Alandroal. E como é que consegue conciliar todas estas atividades? “É uma questão de organização”, diz, como se fosse fácil esticar as 24 horas do dia.
A fotografia entrou na vida de Domingos Madruga devido à sua paixão por aviões. “Eu comecei a fotografar aviões. A maneira mais fácil de me aproximar era fotografá-los, comecei a fazer spotting e tenho mesmo fotos minhas publicadas. Mas depois tirei o brevet de piloto e perdeu a piada porque já estava dentro deles. Hoje, as fotos que eu tiro, é porque sinto que as devo tirar no momento. É sobretudo para guardar memórias”.