A lenda de São Cornelho da Serra de Ossa – Redondo
A história da Serra d’Ossa é muito antiga e ligada à religiosidade. São Cornelho foi devoção de pastores, mas ali havia já um castro na Idade do Bronze. Foi casa dos primeiros eremitas da Era Cristã e é nela que foi construído o Convento de São Paulo, que contém um dos maiores tesouros da azulejaria portuguesa.
Diz-nos o povo que, outrora, nesta serra, existiam muitos rebanhos.
Era por alturas dos finais do ano que os pastores da região subiam ao seu ponto mais alto, onde existem ainda as ruínas de uma capela dedicada a São Gens, com todo o seu gado para que fosse benzido. Os pastores agradeciam a São Cornélio, de quem aí havia uma imagem,
Era aí local de festa e grande multidão. Entre pastores e ovelhas e outros crentes, muitas pernas haveria que contar. E também muitas oferendas para agradecer, como é costume nestas singelas cerimónias.
Ora um dos pastores mais novos resolveu oferecer um chibinho ao santo da sua devoção.
Chegada a sua vez na capela, ajoelha e agradece por lhe ter corrido bem o ano.
– Como este ano te portaste bem comigo, trago-te este chibinho.
O pastor esperou resposta, o santo não lhe respondeu, ele insistiu até que lhe disse, perante o mutismo da imagem:
-Não te faças esquisito! Deixo-to aqui atado.
Atou o chibo a um pé do santo e foi-se embora.
O pobre do chibo viu-se sozinho na capela e desata a tentar fugir. Tantas voltas deu que acabou por arrancar o santo do altar!
O pastor já ia no seu caminho. De repente vê o chibo a correr com o santo atrelado aos saltos pelo monte abaixo e grita:
– Agarra-te às estevas, mãos de aranha! Primeiro não o querias e agora corres atrás dele!
O chibo e o santo acabaram a correria junto de uma pedra – hoje conhecida por Rochedo de São Cornelho – onde, até aos anos 70 do século passado, os pastores deixavam como oferenda um par de cornos e um talego com alimentos para o Santo Cornelho.
MAIS UMA LENDA DA MUINHA TERRA OBRIGADO A QUE A DIVULGOU CONTINUEM PARA QUEM COMO EU DAI SAIU MUITO NOVO
Penso que este rochedo não está identificado, pelo que não o podemos visitar.
É verdade. É de muito difícil acesso e não está identificado. Fica a lenda.