O fluviário e muito mais
Em Mora há o Fluviário que foi distinguido, em 2008, como museu português do ano. Aqui, da nascente à foz, temos a fauna e flora dos rios portugueses, as lontras que fazem a alegria de todos e os répteis da Amazónia, com as suas cores vivas e traiçoeiras. Mas em Mora há muito mais para ver.
O Fluviário é daqueles casos de sucesso que alterou por completo a vivência do concelho, por ter sido necessária a construção daquele equipamento para que Mora entrasse no roteiro turístico nacional. Só que esta não é a sua única riqueza.
Em Mora, tomemos um café na aconchegante praça Conselheiro Fernando de Sousa, apenas a ver a vida passar ou com os olhos na Igreja Matriz. Se formos amantes da pesca, podemos rumar à ribeira da Raia com as suas pistas internacionais de pesca, perto de Mora e em Cabeção. Senão o formos, sigamos em direção ao Fluviário onde, mesmo ao lado, está o Parque Ecológico do Gameiro. Aqui temos o parque de campismo e o de merendas, mas também a praia fluvial no açude da Ribeira da Raia e o Parque Arborismo, para atividades mais radicais.
Mas antes de lá chegar, passámos por Cabeção, onde convém que não percamos a escondida fonte velha, de que muito pouco ou nada se sabe, e a Ermida de São Salvador do Mundo e que data do século XIV, quando Cabeção era ainda uma quinta fundada pela Ordem de Aviz.
O roteiro não tem de ser redondo, mas sigamos daqui em direção a Pavia, onde a marca mais conhecida é a capela de São Dinis. Dito assim não será reconhecível, mas se falarmos da anta-capela de certeza que se faz um luz. A anta existente mesmo no centro da povoação foi transformada em capela já no século XVII.
Mas não saiamos do largo dos Combatentes da Grande Guerra. Por trás da anta-capela, há uma casa de dois andares. Entremos, que aqui há arte de pasmar. Estamos na Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia, ou simplesmente Pavia, pintor maior do neo-realismo português que assinava com o nome da terra que o viu nascer.
Terminemos em Brotas, povoação que nasceu do culto a Nossa Senhora de Brotas e do santuário que aí foi erigido. É um santuário peculiar, com uma arquitetura a um tempo popular e erudita que foi sendo construído e acrescentado entre os séculos XV e XVIII.
A povoação propriamente dita nasceu a partir das Casas das Confrarias que albergavam os peregrinos de Setúbal, de Mora, do Lavre e de Cabrela e que, convertidas a turismo de aldeia, hoje albergam turistas que procuram a paz e autenticidade do Alentejo.