Saloios mas… republicanos
A primeira referência conhecida aos saloios é num documento de 1170, assinado por D. Afonso Henriques, no qual concede certos privilégios e regalias aos mouros forros dos arrabaldes de Lisboa, apelidando-os de sallayos. Loures é um dos principais concelhos desta região saloia (a norte de Lisboa) e tinha essencialmente gentes da terra, que cultivavam hortícolas que alimentavam a capital. As mulheres também trabalhavam para os senhores de Lisboa – como criadas de servir ou prestando outros serviços, como as lavadeiras de Caneças.
O estar às portas da capital trouxe a Loures algum progresso que as terras do interior não conheciam: sabia que a implantação da República foi declarada em Loures um dia antes de o ser em todo o reino? A 4 de outubro de 1910 foi içada no mastro da fachada do edifício municipal a bandeira republicana, verde e encarnada, e proclamada a República no concelho de Loures.
Grande em população, mas também em área e diversidade de freguesias – urbanas e rurais, em Loures o património é rico, com destaque para vários monumentos nacionais, como Praça Monumental de Santo Antão do Tojal (um conjunto monumental barroco, sem termo comparativo na arquitetura portuguesa, composto pelo Palácio dos Arcebispos, a Igreja Matriz, a Fonte Monumental e o Aqueduto) ou o Palácio do Correio-Mor, em Loures. Para além de várias igrejas e conventos.
Depois de visitar os monumentos delicie-se com a farta gastronomia saloia, onde abundam pratos de carne e bacalhau, principalmente grelhados no carvão, ou no forno. Não se esqueça também dos vinhos brancos, de Bucelas, e dos queijos – só na localidade de Carcavelos (Lousa) há, pelo menos três grandes produtores: Montiqueijo, Teté e Santiago.