Museu do Fogo e da Resina de Vila de Rei

Em Vila de Rei, há um pequeno museu que é de visita obrigatória. Construído em 2013, o Museu do Fogo e da Resina é um espaço didático e muito apelativo que nos fala da relação do homem com o fogo e ainda da floresta e das suas atividades.




1986, 2003 e 2017 são anos marcantes em Vila de Rei. O território do concelho foi nestes verões atingido por violentos incêndios que lhe levaram 80 por centro da área do município. Faz, pois, todo o sentido que aqui se tenha feito um Museu do Fogo e da Resina, um espaço onde se explica o que é o fogo e a relação milenar que o homem com ele mantém.

O fogo é destruição mas também é vida. Foi graças a tê-lo dominado que o Homem conseguiu dar passos de gigante na sua evolução. Esta relação de amor e ódio é contada no pequeno, mas extremamente interessante Museu do Fogo e da Resina. Aberto ao público em 2013, foi galardoado com os prémios da Associação Portuguesa de Museologia. Uma distinção que o visitante percebe. O espaço é didático, os textos explicativos mas simples, as peças interessantes e o design francamente bom. Este não é um museu que se limita a expor peças, é antes um local onde nos são contadas histórias e transmitidas sensações.

O fogo é uma reação química na qual as moléculas de material combustível são reduzidas a pequenos fragmentos sob a forma de calor, gazes e chamas.

Aqui encontramos um acervo de peças que têm a ver todas elas com o fogo ou com a floresta. Os curadores do museu escolheram de entre o acervo de achados arqueológicos no concelho aquelas que são mais significativas e que mais têm a ver com a história do território de Vila de Rei.

É o caso dos materiais da Idade de Bronze ali expostos. Foram encontrados em escavações no povoado do Cerro do Castelo e têm cerca de 3.000 anos. É interessante, e quem visita o museu fica a sabê-lo, que os arqueólogos conseguiram demonstrar que este povoado da Idade do Bronze foi num primeiro momento destruído pelo fogo.

Um museu elegante
No Museu do Fogo e da Resina é-nos explicada a forma como os romanos faziam a extração do ouro. As conheiras são os vestígios dessa atividade

Tudo gira aqui à volta do fogo e o museu fala-nos da relação com o fogo através dos tempos, nas suas dimensões física e espiritual, nomeadamente na Idade Média. Até os achados em sepulturas na antiga Igreja Matriz da vila têm a ver com o fogo. São contas de vidro e terços que o fogo ajudou a moldar. Mas, mais uma vez, há uma história de chamas no local dos achados, que durante as invasões francesas foi profanado e incendiado pelos soldados de Paris.

É claro que os incêndios florestais também estão presentes. Ao fim e ao cabo foram eles a razão de ser do espaço. Há uma sala inteiramente dedicada aos bombeiros e ao seu combate, onde estão expostos materiais antigos e onde é projetado um interessante documentário em que a mensagem é bem vincada: depois do fogo há o renascer, da natureza e das vidas de quem por eles foi afetado.

É por isso que a última sala é de uma floresta viva, de um tempo em que os resineiros andavam por montes e vales a extraír a seiva das árvores. São memórias de um tempo a que os grandes incêndios vieram pôr fim.

O Museu do Fogo e da Resina é um espaço bonito, didático e muito bem estruturado que merece uma visita atenta quando se estiver para os lados de Vila de Rei.

Fica situado mesmo no centro da vila, na Rua da Misericórdia. Depois de o visitar, dê mais uns passos e conheça o Museu Municipal, que tem uma interessante coleção que nos mostra como era a residência de agricultores abastados no final do século XIX. Vale a pena juntar os dois espaços numa visita.

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This post has 2 Comments

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  1. Sim. J’a visitei o museu do fogo e resina em Villa de Rei. Gostei muito,porque apesar de estar num espaco pequeno esta muito esclarecedor e apelativo tanto para jovens como adultos.
    Gostei bastante de o conhecer e visitar.

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