A lenda da Boca do Inferno – Cascais
Lá para as bandas de Cascais terá vivido em tempos, num grande castelo, um homem poderoso dotado de poderes de magia maléfica.
Habituado a tudo ter, decidiu um dia casar-se sem demora. Orgulhoso e possessivo, não lhe servia qualquer uma. Só o melhor concebia. Para isso, consultou a sua lâmina mágica que lhe indicou onde poderia encontrar a jóia de maior valor. E, imediatamente, mandou buscá-la.
Quando a moça foi levada à sua presença, o mágico ficou atónito com a sua beleza perfeita e notando a indiferença com que o olhava, logo o acometeram os mais violentos ciúmes.
Desejoso de a manter só para a sua vista invejosa e colérico por não conseguir o seu apreço, encerrou-a numa torre inacessível, perto do mar e para a guardar como um tesouro destacou um fiel cavaleiro, que nunca a tinha visto.
Isolados um do outro e de todos, a jovem e o guardião por ali ficaram, retidos naquele espaço, sem mais referência do que os barulhos da natureza e o ressoar dos seus pensamentos.
Nada de novo os perturbava, e o cavaleiro, nas inúmeras horas de ócio, divagava sobre a dama da torre, o seu aspeto e se estaria bem. Muito havia que especular acerca do assunto…
Tão fundo lhe chegavam estas questões que tomou finalmente a coragem para abrir a porta e subir ao alto edifício.
Aí se encararam, pela primeira vez, estupefactos, prisioneira e carcereiro, tão próximos e tão distantes.
A beleza e tristeza da jovem impressionaram o cavaleiro e ela, aturdida, quis saber porque lhe perturbavam a vida de solidão. Ele confessou ser seu guardião e, juntos, verificaram que a prisão era comum aos dois, que os afastara de todos.
Unidos pela tragédia, entre eles o amor logo nasceu, tão intenso e poderoso que combinaram fugir daquela prisão.
E na ânsia de fugir, tudo o mais esqueceram. O que mais importava era afastar-se para a vida. No cavalo branco do homem, galoparam seguindo os rochedos da costa, numa bela noite de luar.
Mas o feiticeiro ciumento que tudo via e sabia, encolerizado, sobre eles fez cair uma tempestade terrível. Tal era a fúria da intempérie, que os rochedos se abriram e engoliram cavalo e cavaleiros, despenhando-os no mar irascível.
E a tempestade logo acalmou como que consolada pela dádiva daquelas vidas.
Mas os rochedos não mais se fecharam e, depois disso, passaram a chamar-se Boca do Inferno.
Em dias de vento e tempestade, parecem querer contar a todos a infeliz história daqueles dois amantes.
Se eu já tinha vontade de conhecer Cascais agora isso só aumentou!
Irei me programar para ir lá e faço questão de conhecer a Boca do Inferno!
Ótimo texto, parabéns!
Muito obrigada, Amanda. Sugiro que visite o site e veja o muito mais que este Portugal tem para oferecer.
Sugiro que vá cedo e esteja no Restaurante Mar do Inferno logo que abra (por volta das 12) para ficar com uma das mesas da frente. Quer esteja bom ou mau tempo, vale a pena. Só é pena o restaurante ser tão caro.
este site ajudou-me para um trabalho sobre lendas
Ainda bem Bruno, ficamos contentes. Abraço
Óptimo, Bruno. Ainda bem que lhe foi útil
este texto ajudou-me para um trabalho na escola muito obrigada e fui a única que teve boa nota por levar
Ficamos muito contentes, Leonor
Hoje mesmo irei lá na passagem de ano 19/20, haverá fogo de artifício ai perto. Pelo adiantado da hora penso não chegar na boca do inferno. “Não venha o diabo tece las”😃👌 obrigado pela história Isabel Cruz
De nada, Ovídeo
Não vás para 2020
esta lenda e mesmo muito interessante adorei
Quem que escreveu esta lenda?
Olá Hugo, foi a Isabel Cruz que escreveu o texto, mas a lenda é muito antiga
obrigada adorei vou usar no teste
obrigada adorei vou usar no teste de portugues