Do vulcão dos capelinhos às águas tónicas do gin do Peter
Sabemos a data exata do nascimento do mais novo pedaço do território nacional: 27 de setembro de 1957. Foi na madrugada deste dia que os vigias da baleia do Costado da Nau notaram águas ferventes no oceano e um cheiro nauseabundo. Era o Vulcão dos Capelinhos que assim nascia, mantendo-se ativo por 13 meses.
Este é um dos pontos mais visitados da ilha do Faial, nos Açores, não só pela beleza das paisagens que ficaram da atividade vulcânica, mas também pelo Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos que conta a história da erupção e das suas consequências.
Sabia que metade da população emigrou para os Estados Unidos quando as cinzas do vulcão cobriram os seus campos agrícolas, beneficiando de uma lei específica assinada por Kennedy? E sabia que a primeira pessoa a pisar o novo território foi um jornalista? Urbano Carrasco, repórter do Diário Popular, alugou um barco pelo preço de compra, pegou numa bandeira nacional e reclamou o novo território para a pátria. Um episódio que hoje deixa um sorriso nos lábios… mas os tempos eram outros.
A Horta, a capital do Faial, é a mais cosmopolita cidade açoriana. Aqui aportam veleiros e aventureiros de todo o mundo. A sua marina é das mais movimentadas do mundo e quem cá chega deixa marca no paredão. O famoso Peter é ponto de encontro de lobos do mar, novos e velhos, e um dos ex-libris da cidade que está implantada numa das mais belas baías do mundo. Vem-se aqui ao Café Sport, para ouvir aventuras e beber gin, muito antes desta bebida estar na moda. É que, aqui, “70 por cento da superfície da terra é composta por água tónica e os restantes 30 por cento por gin.”.