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O trilho que espantou Torga na terra de Fernão de Magalhães

Casa de Fernão de Magalhães em Sabrosa

Em Sabrosa, concelho ribeirinho do Douro, começou a epopeia que provaria que a terra é esférica. Aqui terá nascido Fernão de Magalhães. E aqui também, já no século XX, Miguel Torga olharia para os caminhos de São Cristóvão.

O Trilho de São Cristóvão é uma das propostas de Sabrosa. Há que percorrê-lo e dar tempo a que a paisagem entre dentro de nós, como o fez com Miguel Torga, o poeta e escritor transmontano, nome maior das letras portuguesas, que dele disse:

“Não é descer de Sabrosa para o Pinhão, estacar em São Cristóvão, e abrir a boca de espanto. Não é ir a São Leonardo de Galafura ou ao Miradoiro de São Brás, olhar o caleidoscópio, e ficar maravilhado. É compreender toda a significação da tragédia, desde a tentação do cenário, à condenação de Prometeu, ao clamor do coro.”

Por todo o município vejam-se as casas brasonadas e, em Sabrosa, encontre-se a Casa da Pereira, onde o navegador terá nascido. Fique a saber-se que, apesar de brasonada, nela não verá nenhum brasão. D. Manuel I mandou-o picar depois da viagem de circumnavegação de Fernão de Magalhães ao serviço dos reis de Espanha.

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Jorge Montez: Nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.
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