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O rio Tâmega em Chaves

©Fernando DC Ribeiro

Podendo-se, o Vidago Palace Hotel é escolha a considerar. Não se podendo, não se deixe de lá ir e passear pelo imenso parque centenário, com as suas alamedas, trilhos e espelhos de água. Em Chaves, com a fronteira espanhola mesmo ali ao lado, usufrua-se do rio Tâmega e da natureza transbordante das suas margens e atravesse-se o rio pela ponte romana do Trajano.

Esta é uma cidade de muita história, de justas e refregas que se foram sucedendo ao longo dos séculos. A última batalha a que assistiu foi a que opôs o realista Paiva Couceiro aos homens que defendiam a cidade e que o derrotaram a 8 de julho de 1912, evitando assim a propagação da revolta realista e consolidando a República Portuguesa.

Indiferentes a que lado da fronteira pertenciam, os habitantes da raia sempre olharam para os do outro lado como companheiros e o contrabando foi modo de vida de muitas gerações que, caída a noite, levavam mercadorias a passar a fronteira por trilhos hoje assinalados e que podem – e devem ser percorridos com o vagar de quem tem tempo para ouvir as histórias de outros tempos.

Estando por estas terras do vale do Tâmega, há que não descurar o estômago. Os pastéis de Chaves seguem uma receita comprada por uma libra em 1862 pela Casa do Antigo Pasteleiro a uma vendedora que os transportava em cesta e nunca tinha os suficientes para satisfazer a gula dos que conheciam o petisco. Mas temos também o Folar de Chaves e o inigualável presunto de Chaves.

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Jorge Montez: Nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.

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