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Festival de estátuas vivas de Tomar

O Festival de Estátuas Vivas de Tomar teve este ano como tema a História no feminino aplaudida pelos muitos que se deslocaram ao Parque do Mochão.




De Antónia Ferreira, a Ferreirinha que ainda hoje dá o nome a garrafas de vinho do Porto, à Rainha Santa Isabel, as estátuas vivas animaram durante dois dias o agradável Parque do Mochão, em plena cidade de Tomar.

Este ano na sua sexta edição, o Festival de Estátuas Vivas de Tomar apostou em criar um tema que tornasse o primeiro dia mais homogéneo. Os organizadores (Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria e Município de Tomar) apostaram em homenagear as mulheres que se destacaram na história de Portugal.

Os muitos visitantes que acorreram ao Parque do Mochão e ao Jardim da Várzea Pequena, ali nas margens do rio Nabão, tiveram assim um vislumbre do papel que as mulheres desempenharam ao longo da nossa história, desde a Idade Média ao século XX.

Lá estava Catarina Eufémia, a trabalhadora rural assassinada pela GNR no decorrer de um protesto durante a ditadura, e também Domitília Miranda de Carvalho, a primeira portuguesa a licenciar-se em Medicina. Não foram homenageadas, portanto, apenas as grandes heroínas da história, mas também aquelas que se destacaram pelo seu percurso, num total de 15 momentos.

D. Leonor Teles

Este ano, e pela primeira vez, o Festival de Estátuas Vivas de Tomar foi pago. No entanto, a aposta da organização revelou-se acertada, uma vez que foi muito o público que não quis deixar de marcar presença na iniciativa e apreciar o trabalho de alguns dos maiores artistas portugueses e europeus. O festival decorreu durante dois dias e o preço pelo total do evento era de apenas 5 euros. E todos quantos lá foram deram o dinheiro por bem empregue.

Com animação musical que dava ambientes vários ao espaço, o muito público que acorreu ao festival pôde apreciar mais de uma dezena de figuras históricas. Antónia Rodrigues, a portuguesa que no século XVI se disfarçou de homem para poder combater, foi para a praça de Mazagão, no Norte de África, e cuja valentia lhe valeu o cognome de “Terror dos Mouros” era a mais colorida das estátuas.

A rainha D. Leonor, Deu-La-Deu Martins, Maria da Fonte, D. Teresa Távora foram algumas das figuras que os artistas vestiram. E nem lá faltou Ângela Tamagnini, a tomarense que negociou com os franceses a sua passagem e evitou o banho de sangue e a rendição da cidade ao exército invasor.

Ao ver cada estátua, os visitantes ficavam a conhecer a sua história e o porquê de ter sido importante a dado momento da história.

O Festival de Estátuas Vivas de Tomar repete-se anualmente em setembro e já conquistou um espaço definitivo na forte programação cultural da cidade dos Templários.

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Jorge Montez (texto) Miguel Montez (imagem): Jorge Montez nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.
Miguel Montez - Mesmo quando não está com a máquina pensa nas cores e nos enquadramentos. A fotografia é paixão e vai ser profissão. É curioso por natureza. Gosta de conhecer locais e pessoas e delicia-se quando descobre sabores novos. Este é um projeto à sua medida. Já foi voluntário no estrangeiro e tocou em festivais de música.

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