Portugal de Lés a Lés

 

    Categorias: Centro

O leitão e o vinho: as essências da rota bairradina

O leitão à bairrada é prato forte em Oliveira do Bairro

Quando pensamos em Oliveira do Bairro de imediato o nosso olfato capta o que a imaginação nos leva a ‘fazer crescer água na boca’. Os cinco sentidos ficam em alerta e agarram, desde logo, a ‘essência’ deste povo: o leitão regado com o afamado vinho da Bairrada.

A gastronomia é dos melhores cartões de visita deste município, que nos obriga a voltar para uma segunda oportunidade de degustação. Nessa provamos, então, a cabidela e a feijoada de leitão, a deliciosa chanfana, a vitela à Vouga e os rojões… tudo à moda da Bairrada. A culinária bairradina faz jus às suas raízes, ao dia a dia do seu povo, ao seu labor e ao que a natureza-mãe lhe proporciona. Das suas mãos, do seu suor e do seu esforço cresce uma agricultura rica, árdua e permanente, numa região vitivinícola que enriquece a imagem e a economia do país.

Zona rural por excelência, não deixam de ser dignos de visita os vários moinhos de água e os lagares de azeite. Vinhas a perder de vista, matas e eucaliptais contrastam com as marinhas de arroz, que se estendem como verdadeiros mantos verdejantes, que ondulam ao sabor do vento.

Dona de uma natureza ímpar, as suas cegonhas-brancas proporcionam um espectáculo singular, quer estejam a pairar no ar, quer no ninho a cuidar das crias, ou ainda a pescar nas marinhas de arroz. Também comum são os bandos de cegonhas-brancas, garças-reais, garças-brancas, garças-vermelhas, que, em ‘amena cavaqueira’, tornam-se exemplos vivos de uma sustentabilidade ecossistémica, pacífica e segura, graças à presença das águias-sapeiras e milhafres-pretos, que pairam no ar em alerta aos predadores.

Um pouco por todo o concelho, surgem convidativos os parques de merendas, integrados na natureza e impregnados de beleza e história. Por todas estas razões e mais algumas, como o seu património histórico, o seu artesanato e a hospitalidade das suas gentes, Oliveira do Bairro é paragem obrigatória em qualquer rota turística que se preze.

Previous ArticleNext Article
Ângela Amorim: Gosta de pessoas, de as ouvir e de contar as suas histórias, e por isso se tornou jornalista. Fez toda a sua vida profissional em terras de Entre Douro e Vouga por opção, porque não é apenas nos grandes palcos que se conhecem grandes protagonistas e em todo o lado há histórias que merecem ser contadas. Jornalista, chefe de redação e diretora de vários meios de comunicação social regionais ou dirigidos às comunidades portuguesas.
Artigos relacionados