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Caldas da Felgueira: água e bem-estar

O centro termal das Caldas da Felgueira, em Nelas, é procurado por muitos como terapêutica, mas também como centro de bem-estar e lazer proporcionado pelo seu Spa. À maravilha da água junta-se o ambiente bucólico de uma povoação situada de árvores frondosas nas margens do Mondego.




As águas com enxofre das Caldas da Felgueira são indicadas para as vias respiratórias, reumatismo e para o alívio de problemas dermatológicos. Por isso, as termas são procuradas tanto por miúdos como por graúdos. Remodelado recentemente, o edifício ganhou em comodidade e em equipamentos termais, tendo perdido definitivamente aquele ar um tanto balzaquiano que muitas apresentam. Pelo contrário, é um espaço muito agradável.

Neste concelho de Nelas que é fundamentalmente conhecido como sendo o coração dos vinhos do Dão, não é apenas a gastronomia que casa com os nectares que a Touriga Nacional e a Encruzado permitem. Também as águas dão cartas, nomeadamente em Caldas da Felgueira, onde têm propriedades medicinais.

As águas das Caldas da Felgueira são conhecidas desde tempos imemoriais. Testes de Carbono 14 permitiram datar o lençol aquífero de há 13.000 anos. Mas apenas no século XIX, com a moda do aquismo, as termas nasceram.

Reza a história que, logo no início do século XIX, o primeiro aquisa a ser curado pelas propriedades medicinais das águas foi um padre. José Lourenço não apenas ficou conhecido como a primeira pessoa a tratar-se nas águas de enxofre, como foi por sua iniciativa que as Caldas da Felgueira nasceram. Construiu aí a primeira casa de habitação e em 1818 o povoado já contava com 13 fogos e 50 habitantes.

As termas eram a sua razão de existir e elas eram cada vez mais procuradas. De tal forma que já no final do século, em 1882, nasce a Companhia das Água Medicinais da Felgueira. O resto é uma história em tudo semelhante às das restantes termas portuguesas.

Depois de um período de expansão e euforia – em que nasce o Grande Hotel das Termas – cai em declínio. Foi já no final do século XX que as Caldas da Felgueira voltaram a ganhar dinamismo e os edifícios começaram a ser recuperados. Mas, tal como o conhecemos hoje, o Centro Termal das Caldas da Felgueira começou a ganhar vida em 2007.

Hoje, as termas e o seu Grande Hotel são procurados por lazer e por questões de saúde. As termas têm um corpo de 15 médicos que indicam os tratamentos  a recorrer e fazem o acompanhamento de todos os aquistas, sendo que um tratamento dura em média 14 dias, sendo muitas vezes dividido em dois períodos.

Mas, para lá dos duches, aparelhos, nebulizações, piscina e todos os equipamentos necessários aos tratamentos terapêuticos, as Caldas da Felgueira têm também um Spa totalmente operacional com apenas um objetivo em vista: promover o bem-estar de quem o procura.

O banho de Vichy não podia faltar, mas há também o de algas e massagens com chocolate ou óleos essenciais, exfoliações e tratamento anti-aeging do rosto.

A aldeia é pequena e ainda nela se encontram algumas casas tradicionais. Para além do Grande Hotel das Termas, com restaurante, tem o aparthotel Pantanha e algumas casas de alojamento local. Há também propostas para se comer, nomeadamente o restaurante Moderna.

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Jorge Montez (texto) Miguel Montez (imagem): Jorge Montez nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.
Miguel Montez - Mesmo quando não está com a máquina pensa nas cores e nos enquadramentos. A fotografia é paixão e vai ser profissão. É curioso por natureza. Gosta de conhecer locais e pessoas e delicia-se quando descobre sabores novos. Este é um projeto à sua medida. Já foi voluntário no estrangeiro e tocou em festivais de música.
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