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O que nos leva a Arronches

©Filipunes

Do castelo já só resta a torre medieval, incrustada no casario. Uma explosão no paiol e trabalho dos castelhanos traçaram o destino da praça forte. Arronches é, assim, uma vila caiada de branco.

Passeie-se pelas ruas da vila, entremos no Museu de (a)Brincar com memórias das brincadeiras de outros tempos, ou na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, de traça manuelina. Conheçamos as duas fontes monumentais que aí se encontram. A Fonte de Elvas, barroca, edificada em 1725 nos arrabaldes e trasladada para o centro da povoação já nos anos 60 do século passado; ou o conjunto da Fonte do Vassalo, também do século XVIII mas mais tardio e por isso tão diferente. A fonte propriamente dita, de amarelos e azuis, é encimada pelo escudo de Portugal. A completar o conjunto, como que o protegendo, estão dois painéis de azulejos que retratam cenas da vida agrícola e dos lazeres da fidalguia.

Fiquemos mais um pouco por Arronches, conversemos com quem encontrarmos, entremos nos restaurantes que servem a tradicional comida alentejana: a sopa de tomate ou de cação, as migas com entrecosto, a cachola…

Depois, passemos o Caia por uma das cinco pontes, pela mais antiga, de cinco arcos de volta redonda construída no século XV.

Rumemos então a Esperança, freguesia do concelho, para conhecermos o Centro de Interpretação da Identidade Local. Este é um bom ponto de partida para seguirmos à descoberta do património histórico e natural, dos homens e sua cultura. Daqui, conheçamos então o alvo casario, o retábulo renascentista em madeira policromada da Igreja de Nossa Senhora da Esperança.

No Centro de Interpretação ou a alguém com quem nos cruzemos, perguntemos pela arte rupestre que subsiste nos abrigos rochosos a sul da Serra de São Mamede. São cenas gravadas há cinco mil anos que representam figuras humanas e animais. Há também mãos pintadas em amarelos e vermelhos.

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Jorge Montez: Nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.
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