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Ao encontro de Édipo em terras de fumeiro

© Museu de Lamego

Quando falamos em Lamego lembramo-nos logo do presunto ou do escadório do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, mas há outros verdadeiros tesouros por descobrir e alguns encontram-se no Museu de Lamego.

No antigo Paço Episcopal há 18 tesouros nacionais à nossa espera, dos painéis de azulejos do século XVII à arca tumular do século XIV, mas hoje a nossa atenção centra-se em Édipo e na sua história contada em quatro panos. Um tema de que não se conhece outro caso na tapecaria ocidental.

Feitos pelo mestre flamengo Bernard van Orley nas oficinas de Pieter Aelst entre 1525 e 1530, os quatro panos contam-nos a história de Édipo a partir da obra de Sófocles.

Sabendo por um oráculo que morrerá às mãos do seu filho recém-nascido, o rei Laio manda matar a criança que é salva por pastores. Édipo é recolhido pelos reis de Corinto ainda criança e anos mais tarde vai a Tebas onde conhece Jocasta, a sua mãe, por quem se apaixona. Édipo acaba por assassinar Laio, sem saber que é o seu pai, casa-se com Jocasta e torna-se rei de Tebas. Anos mais tarde, Jocasta descobre a verdade sobre o seu amor proibido e suicida-se. Édipo fura os seus próprios olhos e parte para o exílio.

É o drama no seu melhor e toda a história está nas tapeçarias do Museu de Lamego.

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Jorge Montez: Nasceu e fez-se jornalista em Lisboa, mas quando o século ainda era outro decidiu mudar-se de armas e bagagens para Viana do Castelo. É repórter. Viveu três meses em Sarajevo quando os Balcãs estavam a aprender os primeiros passos da paz, ouviu o som mais íntimo da terra na erupção da Ilha do Fogo e passou cerca de um ano pelos caminhos do Oriente.
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