9 objetos com história em Macedo de Cavaleiros

Dos Caretos à bela albufeira do Azibo, propomos-lhe uma viagem por Macedo de Cavaleiros um pouco diferente. Damos a conhecer o território através de nove objetos e das suas histórias contadas por quem sabe.




São 9 os objetos que escolhemos para contar histórias sobre Macedo de Cavaleiros e outros tantos poderíamos ir buscar, mas parecem-nos estes os mais significativos: da fraga da pegada ao Geopark, de São Pedro ao convento de Balsamão, passando pelos inevitáveis caretos e por outras supresas, fomos atrás de quem sabe dos diversos assuntos e pedimos-lhes para nos explicarem o que vemos. Este é, pois, um artigo que também se ouve. Por baixo de cada foto, temos o som dos especialistas.

1 – Dois continentes e um oceano

Há no concelho de Macedo de Cavaleiros evidências da existência de dois continentes e um oceano em apenas 50 quilómetros. Não são visíveis a um olhar desprevenido, mas os especialistas não têm dúvidas. Este é um caso muito raro e por isso o Geopark Terras de Cavaleiros tem a chancela da UNESCO. Sílvia Marcos, a coordenadora do geoparque explica-nos o porquê desta distinção, mas a foto do mapa geológico de Macedo de Cavaleiros já dá uma pista.

2 – O Real Filatório de Chacim

Imagina-se que em pleno século XIX uma rainha dá ordens para instalar fábrica com tecnologia de ponta no então longínquo Trás-os-Montes? Pois foi isso mesmo que aconteceu com o Real Filatório de Chacim, a fábrica de seda que foi o principal empregador da região mas de que agora apenas restam ruínas, como nos conta Rui Sousa, investigador local.

3- Os Caretos de Podence

A celebração

Os Caretos de Podence são uma das mais genuínas manifestações da tradição portuguesa. Todos os anos, pelo Entrudo, andam como diabos à solta pelas ruas da aldeia de Podence chocalhando as mulheres solteiras. São já Património Nacional e aspiram à categoria de Património da Humanidade. António Carneiro, presidente da Casa do Careto, fala-nos sobre o traje, a tradição e, até, sobre o que é vestir-se um fato de Careto.

4 – São Pedro

São Pedro

São Pedro é o padroeiro de Macedo de Cavaleiros desde a Idade Média. A primeira vez que um documento fala dessa ligação é no já longínquo ano de 1290.

Hoje, as Festas de São Pedro são um dos grandes cartazes de Macedo de Cavaleiros e à cidade acorrem forasteiros dos quatro cantos. Mas nem sempre foi assim…

Durante uns anos, as grandes festas de Macedo eram em honra de Santa Bárbara, mas São Pedro conseguiu voltar ao lugar que era seu.

Rui Sousa, investigador local, explica-nos a sua importância para a vida do concelho e fala-nos de uma estátua que hoje está em destaque no Museu de Arte Sacra local e que desde sempre esteve na torre da igreja.

5 – O forno de cobre da Idade do Bronze

No interessante Museu Municipal de Arqueologia Coronel Albino Pereira Lobo, a sala dedicada à Idade do Bronze tem uma preciosidade. Descoberta no sítio da Fraga dos Corvos, a parte de um forno é um achado de grande significado e raro.

A arqueóloga Elsa Luís, da Associação Terras Quentes, responsável pelo museu que leva o nome do principal impulsionador da arqueologia na região, explica-nos o que é o objeto e o seu significado.

6 – A albufeira do Azibo

Albufeira do Azibo

Construída em 1982 com o propósito de garantir água para o regadio e para o abastecimento à população, a albufeira do Azibo rapidamente foi adoptada como área de lazer por excelência. Hoje com duas concorridas praias fluviais, o Azibo é também um caso único de biodiversidade, sendo mesmo Área de Paisagem Protegida, como conta Rui Sousa.

7 – O Museu Martim Gonçalves de Macedo

Recriação da refrega

Macedo de Cavaleiros tem um herói que celebra num museu e que deveria ser, verdadeiramente, um herói nacional. Na batalha de Aljubarrota, o cavaleiro Martim Gonçalves salvou a vida ao rei D. João. Com a sua bravura, ajudou a ditar o desfecho da batalha e, com ele, o destino de Portugal como nação independente.

Cláudio Pereira, do Museu Martim Gonçalves de Macedo conta a história e lembra como D. João I não se esqueceu da ação heróica do cavaleiro de Macedo.

8 – A Fraga da Pegada

Situada na albufeira do Azibo, a Fraga da Pegada é um dos geossítios do Geopark de Terras de Macedo, mas a sua importância é também arqueológica, estando pejada de gravuras que atravessam os milénios, como nos conta o investigador local Rui Sousa

9 – O convento de Balsamão

Nossa Senhora de Balsamão é a padroeira das noivas, mas também um convento erigido no topo de uma alta e íngreme colina de terras de Macedo de Cavaleiros. Da lenda de Nossa Senhora de Balsamão aos nossos dias – em que serve também de albergue, o padre Basileu Pires, sacerdote dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, conta-nos a história do convento que é o último e o maior dos 9 objetos que escolhemos para contar histórias sobre o concelho transmontano que está na fronteira entre as terras Quente e Fria e que é um território que vale a pena visitar.

Além do muito que lá há para ver, é também um local conhecido pela sua excelente gastronomia e, hoje em dia, de fáceis acessos rodoviários.

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This post has 3 Comments

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  1. Filho de pai mãe nascidos em Podence e dos avós e bisavós também portugueses, tenho o mais emocionante prazer em ver essa terra cada vez mais bem cuidada!

  2. Gosto muitíssimo! Conheço e recomendo!
    Faço um apelo aos turistas que venham conhecer e descodificar a riqueza cultural de “Terras de Cavaleiros”… apreciar e saborear a excelente gastronomia desta região transmontana. É um local acolhedor e hospitaleiro, de ótima oportunidade para aliviar o stress das grandes cidades distritais do país.

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